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Serafina Corrêa, 08 de Abril de 2025

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João Arroque Filho é Cidadão Honorário do Município de Serafina Corrêa

Histórias do cidadão e do Município se interligam e, em muitos momentos, parecem se confundir, afinal, em mais de nove décadas da vida de João Arroque Filho, o amor e a dedicação para com Serafina Corrêa e a sua comunidade foram e continuam sendo constantes.

Na manhã de sábado (23), autoridades, familiares e amigos fizeram questão de comparecer no Plenário Darcy Sobreira Soccol e acompanhar a Sessão Solene inédita para entrega de título de Cidadão Honorário. O homenageado foi solícito e carinhoso com os inúmeros cumprimentos, lembrando fatos de sua trajetória e do Município onde participou ativamente da emancipação e atuou em duas oportunidades como vice-prefeito.

Sob vibrantes aplausos, João Arroque Filho recebeu o título de Cidadão Honorário do Município de Serafina Corrêa das mãos do Presidente da Câmara, Silmar Santin, e do proponente deste reconhecimento, Vereador César Mattiello. Depois, acompanhou as palavras carinhosas, de agradecimento e de reconhecimento direcionadas, primeiro pelo proponente da concessão deste título, Mattiello, seguido pela Líder de Governo, Vereadora Nega Castro; Líder da Bancada do PP, Vereador Nelson Mezzomo; Líder da Bancada do DEM, Vereador Paulo Massolini e Líder da Bancada do PMDB, Vereadora Salete Cadore. O filho Roberto Arroque falou na Tribuna em nome do homenageado, enfatizando o quanto o seu pai estava emocionado com a tão bela solenidade. O presidente da Câmara finalizou os pronunciamentos, destacando que a homenagem prestada pelo Poder Legislativo é justa e necessária, direcionada a uma pessoa de destaque na sociedade pelos relevantes serviços em prol da coletividade. (fotos: Studio D)


PARA SABER MAIS:

         A entrega do título de Cidadão Honorário ao homenageado desta manhã foi aprovada através do Decreto Legislativo nº. 4/2012, que teve a iniciativa do Vereador César Antônio Mattiello. Cumprindo os requisitos legais para a concessão do referido título, após o requerimento do vereador proponente, ocorreu a apreciação e aprovação prévia, por 2/3 dos líderes dos partidos. Após esta aprovação, o projeto foi remetido para a Comissão de Cultura, Educação e Assistência Social, que em caráter reservado deliberou. Depois foi encaminhado ao Plenário para publicidade e sua votação se deu de forma secreta, com a aprovação por unanimidade do Decreto Legislativo em 17 de dezembro de 2012.

O título de Cidadão Honorário é concedido somente às pessoas nascidas em Serafina Corrêa, aqui residentes ou não, e que preencham os requisitos de reconhecimento de relevantes serviços prestados à comunidade serafinense.


HISTÓRICO DE JOÃO ARROQUE FILHO:

No longínquo 1921, filho de um militar natural da fronteira e de uma costureira de origem italiana, João Arroque Filho veio ao mundo nesta Serafina Corrêa em que vive e onde quase sempre viveu.

Seu pai, João Arroque, veio para cá em 1911 para assumir o cargo de primeira autoridade constituída do distrito que estava sendo criado, Dona Fifina, que é como se chamava a nossa localidade naquela época. Assumiu o cargo de Subintendente, equivalente a Sub Prefeito no qual ficaria até sua morte em 1924, quando por não mais existir o grande apaziguador que era João Arroque, as lideranças locais iniciaram uma disputa tão violenta pelo cargo de subintendente que o município de Guaporé achou por bem extinguir temporariamente o distrito de Dona Fifina para só recriá-lo quando as forças locais finalmente se reconciliassem.

João Arroque Filho estudou na escola de Pietro Zambenedetti e na mesma época foi aluno de música do maestro Paulo Sartori, tendo aprendido inicialmente a tocar cavaquinho. Aos 11 anos já era um dos 14 músicos da orquestra chamada Jazz Paulo Sartori, sucesso nos bailes da época. Além do cavaquinho, João se tornou exímio instrumentista de violino, bandolim e violão.

Por muitos anos, ao longo de sua vida, ainda tocaria em orquestras e regeria corais, além de cantar em solos acompanhado de seu violão e fazer nas madrugadas aquelas serenatas que os sobreviventes da geração serafinense mais antiga ainda lembram.

Estudou no Colégio Conceição de Guaporé, formando-se “Guarda-livros” que é como se denominavam os técnicos em Contabilidade na época. Por outro curso e posterior aprovação em um concurso federal tornou-se inspetor de frigoríficos pelo Ministério da Agricultura, assumindo o cargo no frigorífico de Nova Bassano. Porém pouco tempo depois, aceitando o convite de Miguel Soccol para ser o escriturário do Frigorífico Ideal, voltou a Serafina. Isso foi no ano de 1939. A partir daí trabalharia naquela empresa por 51 anos, tendo sido por muitos anos o Gerente Geral da unidade.

Foi da comissão que criou o Clube Gaúcho e do grupo que batalhou pela emancipação de Serafina Corrêa, entre as tantas áreas de sua atuação social e cultural.

Foi vice-prefeito nos dois mandatos do prefeito Amantino Lucindo Montanari, onde teve a grande atuação nas famosas reuniões de todos os fins de tarde, em que realmente se decidiam os rumos da administração de Serafina Corrêa. João Arroque Filho sempre deu sua tônica pessoal, caracterizando-se por trabalhar pela inclusão dos agricultores e operários, na época muito empobrecidos, na evolução econômica que o município ia implementando.

Sempre foi apaziguador de ânimos, e era sempre convidado para as festas do partido adversário ao seu. Lembra que ao final do seu segundo mandato a sua casa foi o lugar de descanso de campanha escolhido pelo candidato do partido adversário, Senhor Mário Soares da Rocha, ao fim do dia das eleições que encerravam uma campanha onde ambos tinham atuado em palanques contrários. E quando as urnas se fechavam, lá estavam em sua casa confraternizando em amizade o vice-prefeito João Arroque Filho, o prefeito Amantino Montanari, e os candidatos a prefeito e a vice do partido adversário, Mário Rocha e João Mior. Porque esse era o modo de João Arroque Filho fazer política, e foi por isso que em pleno dia das eleições sua casa foi palco de um encontro marcado pelo carinho e pela amizade entre os adversários que se haviam digladiado em partidos opostos durante vários meses.

Em seu tempo de vice-prefeito, tal cargo simplesmente não era remunerado! E João Arroque Filho teve que seguir trabalhando em sua função de gerente do frigorífico Ideal. Foi quando promoveu uma parceria produtiva e desenvolvimentista que agregava a prefeitura, a escola, a paróquia, o próprio frigorífico e as forças vivas da comunidade.

João Arroque Filho marcou sua época por ter implementado a sua visão pessoal no modo de administrar o frigorífico, onde acreditava que se o agricultor ou suinocultor não tivesse bom retorno pelo seu produto, o lucro da empresa seria imoral. Acreditava que só havia um modo de crescer: todos juntos, incluindo empresa, operários e colonos. E ficou marcado por ter dado crédito a exatamente todos os agricultores que forneciam matéria prima ao frigorífico liberando, em situações de crise, adiantamentos em que assumia pessoalmente a garantia diante da empresa. João Arroque Filho conta que jamais algum colono deixou de pagar o devido e nem de devolver o dinheiro que recebia adiantado.

Também ficou marcado pela amizade sincera que tinha com os operários do frigorífico e pelas inúmeras vezes que lhes permitia obras em seus domicílios totalmente custeadas pela empresa sem falar nos casos de adiantamentos ou concessões para os operários que tivessem alguma necessidade mais urgente. Foi em seu tempo que se fez o primeiro plano de saúde de Serafina Corrêa: um convênio, ainda que informal, porém onde o frigorífico pagava grande parte das despesas hospitalares de seus funcionários.

Talvez por influência do seu convívio com Guaporé, na sua atuação municipal João Arroque Filho se caracterizou pela insistência no alargamento das ruas, na criação de avenidas, na arborização e prolongamento das vias, na criação de praças e áreas verdes, naturalmente que sempre com o prefeito Amantino Montanari, inclusive tendo dado início ao projeto chamado “Balneário Serafinense”, que, em 1962, deu a partida em nível de poder público ao que se tornaria mais tarde o Camping do Carreiro.

Casou com Anita Tosi Arroque em 1948. Ensinou aos filhos à música, o gosto pelos livros e o amor à sua terra. Nunca quis deixar a cidade de Serafina por ser o lugar onde reconhece todos como amigos. Seguiu sendo aquele serafinense tão apaixonado por seu torrão que, mesmo hoje, aos 91 anos, ainda vibra de alegria ou então faz críticas construtivas toda a vez que entender que está em pauta algo que envolva a evolução ou o futuro da sua amada Serafina Corrêa.

 

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